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Ela foi operária



             Tarsila do Amaral nasceu em berço de arte. Desde pequena foi educada pelos melhores mestres. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias de romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca. Tarsila cresceu num meio artístico muito forte e isso fez dela uma mulher a frente do seu tempo.

           Quando falamos em Tarsila do Amaral fazemos um elo a semana de arte moderna e ao quadro Abapuru. Ela torna-se uma modernista de fundamental importância para esse movimento, pois Tarsila pintou o Brasil em seus quadros dotando cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, além de retratar símbolos de modernidade urbana.

           De todos os quadros feitos por Tarsila o que mais me chama a atenção é o quadro: os operários. Ele foi criado num momento muito importante da vida dessa artista. Em 1931 Tarsila viajou para a União Soviética. Ela e seu marido passaram por alguns países da Europa e logo chegaram a Paris, onde se sensibilizou com os problemas da classe operária. Sem dinheiro trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo consegue o dinheiro necessário para voltar ao Brasil, pois com a crise de 1929 ela perdeu praticamente todos os bens e fortuna.

           Por que esse quadro é tão interessante? Porque ao retratar a vida dos operários, Tarsila pinta a própria história. As mãos delicadas que traçaram quadros refinados foram às mesmas mãos que pintaram paredes. Tarsila reuniu sensibilidade à realidade, conseguiu retratar a “linha do tempo” de sua própria vida em quadros. Transmitiu sua ideologia e forma de ser em telas valiosas.   

                                                                                                         Ana Gabriella Barbosa

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